Friday, June 23, 2006
Monday, June 19, 2006
foi domingo.
Sunday, June 18, 2006
Thursday, June 15, 2006
As teclas da máquina de escrever eram combinadas impulsivamente enquanto a melodia do piano soava na sala ao lado. A vontade de gravar nas folhas brancas as memorias dos últimos tempos era arrebatadora… as folhas marcadas eram jogadas para trás para outras novas serem confidentes… Escrevia sobre quatro meses…quatro meses densos [tão densos]. Algumas lágrimas escorriam quando recordava que fora obrigada a acordar de um sonho que vivera… que ao acordar deparara-se com um vazio imenso… que perdera num sopro alguns que amava e que sempre a acompanharam… Mas não declamava com a velha máquina a tristeza que sentia mas sim como tentou viver intensamente os entretantos… como quis “enganar o desencanto”.
Sim… porque a felicidade está nestes mesmos entretantos, a felicidade está em poder escrever em folhas brancas sonhos passados e futuros, está em poder ouvir o piano da sala ao lado, de poder homenagear quem nos deixou, de poder partilhar sentimentos, de poder rir, criar laços, reescrever histórias antigas, de provocar gargalhadas, de receber beijos e abraços, de comer morangos, de fazer e desfazer malas, delinear viagens, partilhar melodias…
[quatro meses pesados…tão pesados, que ela sobrevoou sem nunca ter tocado com os pés no chão]
Wednesday, June 14, 2006
Another Whisper
Monday, June 12, 2006
da minha varanda vejo o mundo girar...
"encontravam-na muitas vezes à janela..."
...recordava o tempo em que se empoleirava nos bicos dos pés para poder "ver o mundo lá fora"...
" e atenta, passva horas a fio a descortinar detalhes, a imaginar estórias..."
hoje, enquanto o meu mundo gira cá dentro, acalmo a (minha) trajectória espeitando "o lá fora", deliciando-me com o retalho de rio que sopra por entre as casas... derramando o olhar sobre o verde plantado sob o meu nariz...
da minha varanda vejo o mundo inteiro...
daquela outra varanda, mais a sul... onde o mar espalha esse odor a sal e riso... descortinava estrelas brilhantes, traçando na imaginação essas novas constelações de sonhos... murmurava tantas vezes pedidos a essas cadentes estrelas que passavam a fugir...
...ainda dessa outra varanda... atirava gargalhadas ao sol enquanto se deliciava a escolher os tesouros mais preciosos escondidos na caixa de botões da avó...
... e daqui. desta varanda de onde tantas vezes resolvo cantar o que aqui sinto... tanta coisa vejo, que me perco!...
desta varanda atiro conversas, escuto segredos... murmuro sentidos...
desta varanda sorrio ao saber desses detalhes... guardo cada um no meu album das cumplicidades... e anoto na minha caixinha de tesouros, como um dia, com esse marcador negro, anotei na parede esse crescer...
...e prossigo... observando, espreitando a teia que pacientemente se tece...envolvendo-me, porventura, nela.
Intuição.
Ignorar?
Parei… Dei asas ao impulso
Desencadearam-se momentos, pensamentos, curiosidades.
Provocar um “não sei bem o quê”…
[nada melhor para combater o excesso de racionalidade]
Observo expectante… não para entender a situação… não a quero analisar…
Observo para me surpreender com o meu próximo impulso…
[não há nada mais surpreendente do que a surpresa de nós mesmos]
Mas na verdade o racional é demasiado forte e está á espera para ver quem tem razão…
[cá torço pela intuição… das melhores especiarias para condimentar a vida]
Friday, June 09, 2006
...arquitectando novos caminhos...
a menina coração de pimenta costumava arquitectar sonhos e deambular por esses mundos imaginários com esse misto de fascínio e ternura...
a menina coração de pimenta viu o tempo roubar os sonhos, o cansaço esmorecer os traços...
e parou.
...é tempo de conjugar de novo...e sob o meu querer!!!
é tempo de me redescobrir, pisar outros traços apenas alinhavados num qualquer papel...
é tempo de re-inventar... substituir os tijolos cansados, reforçar a estrutura...
é tempo de parar...
(...e hoje todos os dicionários do mundo gritarão que parar é sinónimo de recomeçar!!! e a menina coração de pimenta sorrirá, cumplice, ao mundo inteiro...)
aqui estou!: feliz por estar de novo ao comando e sabor da vontade e sonho, condimentando a vida com as pitadas mais saborosas... feliz por travar os ponteiros, gritar ao tempo que agora mando eu...
Para quê rostos, corpos ou nomes…
se é na simples troca de pensamentos que verdadeiramente nos tocamos…
Porque por vezes o não assinar permite-nos ser tão... “mais nós".
Anonimato como uma capa transparente.
E a menina canela é o mais transparente de mim.
[Talvez um dia, sem nomes, me digam… conheço-te tão bem]