Img.Michael Woloschinow
Já se sentia a temperatura de Outono, chuviscava um pouco… sentei-me na pedra da minha varanda, apertei o casaco e desenhei a paisagem na minha mente. As gotas da chuva molhavam o chão a uns centimetros de mim e esforçavam-se em tocar nas minhas calças.
“Acho que vou mesmo ter saudades disto” disse-o em voz alta.
Sentaste ao meu lado, mandaste um palavrão ao sentires a parede gelada nas costas, mas mantiveste a postura de quem é imune a tudo. Olhaste em teu redor, para as casas, árvores, ponte, a lua gigante e laranja que estava a inaugurar a noite e focaste-te nos meus olhos… “Sim, vais ter saudades! Mas não te preocupes, vejo tudo o que passaste de bom pelo teu olhar, nada nem ninguém te tira isso… E sabes o que é mais fantástico? É conseguir ver nele ainda muito espaço para guardar mil e outras coisas mais!”
[e o frio amenizou]