A corrente da bicicleta ritmava o movimento enquanto sentia o vento a despentear-me o cabelo…
Pedalava sobre a corda da roupa através de um campo de pinheiros e flores cantarolando a melodia da caixinha de musica…
não sabia quanto tempo mais me iria equilibrar no bambo fio… mas ensinaram-me a manter-me direita, contornado as peças de roupa brancas para não as sujar com o pneu…
Mantinha-me centrada no rigor do curso… enquanto mil desejos se apoderavam do coração para que uma mola marota me desencaminhasse, quebrando o movimento…
Desequilibrei-me por fim com o pensamentos… tombei da bicicleta arrancando-te a t-shirt amarela da corda…
Caímos os dois sobre a relva fofa… as roupas da corda fugiam com o vento... assim como as nossas.
3 comments:
Não voltes vento, nem imagines maneira de devolver os teus não pertences... Guarda-os, deixa-nos nus...
Esquece connosco nossos nomes, pois neste momento somos apenas a ideia de termos sido dois...
Muito obrigado vento...
reconfortante abraço sob a forma de palavras, este saber sonhar em tons de amarelo e verde relva... bons sonhos! (e só tu saberás o adequado sentido deste desejo!!)
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