Sunday, September 10, 2006

sentido soneto.















"De repente, do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente."





[Soneto da Separação, por Vinicius de Moraes
foto by João Varela]

1 comment:

Anonymous said...

Boa escolha!
*.*